Ao meu querido e amado PAI...

Tive um pai, tão presente,

que hoje é ausente,

mas não porque me abandonou,

e sim porque Deus o levou.

Era um homem especial,

terno, doce, carinhoso,

um amor incondicional.

Um contador de histórias,

que veio de Portugal.

Era alto, tinha porte elegante,

sabia bem lidar com as palavras,

era um poeta de terras distantes.

Tinha vocação para artes,

era um excelente escultor,

esculpia na madeira

imagens com muito amor.

Quando eu era bem pequena,

ficava horas a fio,

a escutar-lhe as histórias

de monstros de causar arrepios.

Naqueles tempos distantes,

eu já tinha meus heróis,

era o defensor de Akaban

e seu nome era Trankalazan.

Mas meu momento mais feliz do dia,

era quando o sol se ia.

Traçávamos uma linha imaginária

dividindo o céu,metade era dele

e metade era meu.

E ficávamos horas a contar todas as estrelas,

que apareciam, entre risos e muitas brincadeiras,

e assim foi a minha infância inteira.

Não sei se ele era um mágico ou feiticeiro,

ele advinhava meus sonhos, pensamentos,

era um homem muito especial,

que me surpreendia a cada momento.

Cresci, mas o carinho desse grande homem

nunca mudou, sabia dividir amor.

Entre filhas, esposa e netas, e hoje nos resta

a saudade, de alguém a quem muito amamos.

Está no céu com certeza, rodeado de crianças,

criando brincadeiras,

contando histórias para os anjos.

Minha homenagem ao homem, ao amigo,

ao meu pai, Adelino José.

Esteja com Deus...

Marilú